Opinião: por que a Fórmula 1 demonstra ter mais bom senso do que o nosso futebol?

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O piloto tailandês Alexander Albon usa máscara durante treino (Foto: Divulgação)   Desde a sua criação, a Fórmula 1 não teve maiores pudores ao sediar suas corridas em países que viveram (e ainda vivem) graves violações de direitos humanos . A lista é extensa, mas alguns exemplos saltam aos olhos.  No auge da política de segregação racial do apartheid , entre as décadas de 1960 e 1980, a África do Sul fazia parte do calendário da categoria — mesmo com o boicote de diferentes países contra o regime racista. Em meio a uma ditadura que deixou cerca de 30 mil mortos e desaparecidos, a Argentina também foi palco de corridas entre 1977 e 1981. Sem falar no GP do Azerbaijão , que acontece desde 2017 e é sediado em um país governado por uma dinastia familiar: Ilham Aliyev está no poder desde 2003, substituindo o seu pai, Heydar Aliyev, que dominou a política local desde o final dos anos 1960. E ainda assim, mesmo diante desse histórico nada lisonjeiro, a Fórmula 1 mostrou ter mais bom senso do que governos, federações e organizações que insistem em realizar atividades esportivas com a pandemia ainda sob descontrole.  Valtteri Bottas comemora a pole position no GP da Áustria em 2020 (Foto: Divulgação)   Ao analisar de maneira rápida os números de novos casos e mortes causados por Covid-19, não fica muito difícil entender o motivo do cancelamento de todas as corridas que aconteceriam no continente americano em 2020. No último dia 23 de julho, os Estados Unidos registraram 69.998 novos casos da doença , com 1.116 mortes. A tendência é de subida: em comparação aos últimos 14 dias, houve crescimento de 24% no número de contaminações e um aumento de 41% nas mortes. É o país que lidera os índices de Covid-19 no mundo e teria uma das provas da temporada. O México , que também receberia um Grande Prêmio, é o sétimo do mundo com mais casos da doença, com mais de 370 mil registros e 42 mil mortes. E, claro, o Brasil. Até agora, são 2,3 milhões de casos confirmados e 85 mil mortes.   Ao contrário da Europa, que viveu o auge da doença entre os meses de março e abril e realizou medidas duras de contenção à pandemia, os países do continente americano ainda não demonstram nenhuma tendência de queda nos registros de contaminações e mortes.  A cidade de São Paulo apresentou diminuição do número de casos e de mortes (Foto: André Schaun/Autoesporte )   Em uma observação regionalizada, há a diminuição de casos naqueles locais que foram epicentros da doença nos meses anteriores. Na cidade de São Paulo, por exemplo, houve redução de 18% no índice de mortes na semana dos dias 17 a 23 de julho em comparação com os dias 10 a 16 de julho. Os números ainda estão longe de serem mínimos: foram 73 mortes na última semana  — em comparação, a Alemanha inteira só registrou 22 vítimas no mesmo período. Mas como explicam infectologistas consultados, as cidades que vivem uma diminuição no número de casos e mortes não são ilhas isoladas. Como a tendência ainda é de crescimento no interior do país, não há a comprovação de que o vírus não voltará a circular com maior intensidade devido à retomada das atividades econômicas (e o consequente deslocamento das pessoas por bairros e cidades diferentes).  Enquanto a Fórmula 1 prefere colocar o pé no freio e realizar sua temporada em locais onde houve controle da doença (pelo menos até o momento), clubes de futebol e federações — com a anuência dos governos — parecem ignorar esses dados e reiniciam as competições estaduais, já pensando no Campeonato Brasileiro e até nos torneios continentais, como a retomada da Copa Libertadores da América.  Largada do Grande Prêmio do Brasil de 2019 (Foto: Divulgação)   Em uma primeira observação, parece simples entender o porquê, já que é menos difícil organizar uma partida de futebol do que uma corrida de Fórmula 1: um jogo de 90 minutos envolve uma quantidade reduzida de participantes, enquanto as equipes de automobilismo dependem de centenas de funcionários , mecânicos e responsáveis pelo deslocamento de equipamentos por diferentes continentes.  Mas, apesar do protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) detalhar uma série de procedimentos para a prevenção da doença — incluindo normas como a proibição de beijar a bola em qualquer momento da partida — a prática acontece de maneira bem diferente da teoria.  A Chapecoense, que entrou em campo no último dia 8 de julho pelas quartas de final do Campeonato Catarinense, viu 14 atletas de seu elenco testarem positivo para Covid-19 dias após a partida. O jogo de volta, que seria contra o Avaí, foi cancelado pelo governo catarinense — um dos incentivadores da reabertura antecipada das atividades econômicas. Não é necessário se ater a um exemplo extremo como esse para identificar a gravidade do problema. Uma partida de futebol não envolve apenas 22 jogadores, mais a arbitragem . Para além da comissão técnica e dos atletas no banco de reservas, cada clube dispõe de fisioterapeutas, médicos, roupeiros, seguranças, profissionais de comunicação e outros trabalhadores essenciais para o dia a dia de uma equipe. A pergunta de especialistas em saúde é: adianta disponibilizar protocolos rígidos para os jogadores e se esquecer que eles mantêm relações com diferentes profissionais e com seus círculos sociais privados? Em um momento em que não há tendência de queda de novas contaminações, há plena segurança de que essas partidas não se transformem em vetores involuntários para o vírus? Mais heterodoxa ainda é a explicação de que os campeonatos de futebol ajudariam as pessoas a ficarem em casa, acompanhando as partidas. Uma justificativa que é, no mínimo, um contrassenso diante do incentivo das administrações municipais, estaduais e federal em retomar as atividades como se o pior já tivesse ficado para trás.  Lewis Hamilton protesta antes de corrida na Fórmula 1 (Foto: Reprodução/Instagram)   Enquanto isso, a Fórmula 1 parece sair de sua bolha de indiferença diante de questões sociais, políticas e agora, de saúde. Do ativismo de Lewis Hamilton  na luta contra o racismo estrutural, ao arco-íris do movimento civil LGBT estampado no carro da McLaren, a categoria tenta sair de seu pedestal para tentar de alguma forma dar sua contribuição positiva para o planeta.  O cancelamento das corridas nas Américas, por razões óbvias, tem razões meramente sanitárias . Mas já é muita coisa diante de nações inteiras que preferem normalizar as dezenas de milhares de pessoas mortas por conta da pandemia. São tempos esquisitos, em que o bom senso parece se transformar em exceção à regra...  saiba mais CONHEÇA O BRASILEIRO QUE ESTÁ NA BRIGA PARA ENTRAR NO GRID DA FÓRMULA 1 DESTE ANO 9 PROPAGANDAS COM CAMPEÕES DA F1: TEM ATÉ JAMES HUNT DE CHEVETTE, SENNA DE CORCEL E NIKI LAUDA DE CALOI OS 5 CARROS MAIS BONITOS DA HISTÓRIA DA FÓRMULA 1    



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